O jogo «Missão 2050» e os autores
Ivone Patrão e Pedro Aires Fernandes
O que os levou a criar o jogo? Entre várias razões, de natureza diversa, uma essencial: o facto de não conhecermos nenhum recurso adequado, abrangente e especializado na área da promoção do uso saudável das TIC.
Sentimos isso na nossa prática profissional quando nos perguntam: «O que posso fazer para abordar o uso e abuso da tecnologia?»
Da necessidade, surgiu uma ideia inovadora que, do nosso ponto de vista, tem uma grande aplicabilidade na prática.
Que método/estratégia seguiram para o seu desenvolvimento? Os principais destinatários do jogo — as crianças e os jovens entre os 5 e os 14 anos — deram um contributo essencial para a construção deste jogo, o qual, na sua versão final, inclui muitas das ideias e considerações feitas, testadas e validadas à medida que jogávamos em conjunto. Esta estratégia permite-nos constatar que o jogo é muito apetecível de ser jogado.
Professores, pais e especialistas, ao longo deste processo de pré-teste do jogo, foram unânimes a considerar que este jogo vem colmatar uma série de necessidades na área do comportamento online. E, mais uma vez, escutámos: esta área tem de ser trabalhada! Pois agora já temos por onde começar.
Em qual destas vertentes pensam que o jogo vai ter maior expressão: a terapêutica ou a recreativa? É difícil de dizer, pois uma não exclui naturalmente a outra. Consideramos, assim, que vai ser manifestamente útil nas duas modalidades, com ganhos acrescidos independentemente do contexto de aplicação, com um denominador comum: abordar e refletir sobre o tema, de forma participada, com o grau de aprofundamento que o contexto aconselhar ou exigir.
Qual foi a maior dificuldade que encontraram no desenvolvimento dos conteúdos do jogo? Tornar tudo claro e o mais acessível possível a quem vai conduzir o jogo — um adulto de referência — cujo papel fulcral neste processo passará por motivar e envolver as equipas em jogo nesta missão, saindo de 2050 muito mais ricas em matéria de gestão saudável das tecnologias.
Imagens do jogo «Missão 2050 – Promoção do uso saudável das tecnologias»
O que é que vos deu mais prazer no desenvolvimento do jogo? Toda a parte criativa feita em conjunto com as crianças e jovens, que nos obrigaram a traduzir a teoria em prática, de forma a desafiá-los para um caminho que fizesse sentido, que sentissem que é uma mais-valia ter um jogo com este objetivo e, igualmente, sentirem prazer ao jogarem.
Como tem sido a relação com a editora? Fantástica! No top da experiência na construção de jogos.
Quais os três principais conselhos que dariam aos pais relativamente ao acesso e uso das TIC, segurança e socialização online dos filhos?
1 · Desenvolvam as vossas competências sobre as TIC, em conjunto com os vossos filhos, numa aprendizagem a par e par;
2 · Utilizem um leque vasto de recompensas para os comportamentos dos vossos filhos – a tecnologia não pode ser o único reforço;
3 · Promovam atividades a partir da tecnologia, mas fora da tecnologia.
Qual a frase que gostariam de ouvir de uma criança ou jovem após jogar o jogo? «Quero jogar outra vez, agora com novos desafios!»
E qual a pergunta que gostavam que um pai/mãe (professor/educador/psicólogo) vos fizesse após jogarem o jogo com os filhos (aluno, paciente)? «Podemos ter formação sobre os diferentes níveis de aplicabilidade do jogo?», ao que responderíamos: «Sim!»
Isso quereria dizer que reconhecem a importância do tema e a relevância deste instrumento, querendo aprofundar as suas capacidades na condução do jogo e potenciar a reflexão produzida nas diversas áreas temáticas.
Pedro Aires Fernandes
Se uns pais lhe pedissem para os convencerem a adquirir o jogo, o que diria? Simplesmente, convidaria esses Pais a jogarem, a experimentarem e a avaliarem eles próprios a utilidade do jogo, a partir das suas reflexões. E, nesse processo, a procurarem colocar-se no lugar dos seus filhos, sob o olhar de uma geração naturalmente distinta da deles, em particular no que diz respeito ao reconhecimento das potencialidade e riscos das TIC!
Creio, aliás, que esse seria um excelente exercício, nesta e em tantas outras áreas da vida das famílias. Porque este é um assunto que diz respeito a todos e não apenas às crianças e jovens.
Como descreveria o jogo num parágrafo? Jogar o «Missão 2050»: uma experiência vivencial e impactante, que não nos é indiferente! Gerador de muitas interrogações e algumas inquietações, a serem partilhadas e resolvidas em equipa, numa verdadeira aventura!
E como definiria o jogo numa palavra? (Altamente) Desafiante!
Ivone Patrão
Se uns pais lhe pedissem para os convencerem a adquirir o jogo, o que diria? Vou lançar-vos três desafios do jogo. Se acharem que os vossos filhos conseguem responder, então têm de comprar o jogo.
Não se trata de conseguir dar uma resposta. Trata-se de refletir sobre as soluções em conjunto, e analisar se há outras possibilidades num mundo da tecnologia que nunca vai estagnar. A resposta de hoje pode não ser a resposta de amanhã. Só assim as crianças e jovens se vão emponderar, e poder gerir melhor o seu comportamento online.
Como descreveriam o jogo num parágrafo? Uma ferramenta única, inovadora, criativa, com muitas componentes que ajudam a captar a atenção, a motivação e a necessidade de fazer alguma coisa para mudar. Quando se entra numa missão é para cumprir! Por isso, o jogo tem esse lado de desafio para a mudança, promotora de comportamentos saudáveis online.
E como definiria o jogo numa palavra? Inovador!
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